quinta-feira, 2 de maio de 2013

:(

À medida em que o dia vai dando lugar à noite que já se aproxima a passos largos, o vento começa a soprar suavemente e a brisa que entra pela janela traz uma sensação agradável. O barulho do tráfego macula o silêncio do meu lar e vem juntar-se ao barulho de dentro de mim. As pendências pedem para ser finalizadas. Espalhados pelos sofás da sala os livros abertos dão sinais de leituras inacabadas...

Lá fora tudo parece perfeitamente normal: o som das buzinas, as cores vibrantes do semáforo, o movimento uniforme do eixo anhanguera que segue sempre na mesma direção... Eventualmente luzes vermelhas indicam a proximidade de uma ambulância (elas aparecem com cada vez mais constância nesses dias loucos).

Tudo aparentemente normal,
   tudo tão diferente...

O aperto da saudade provocado pela ausência dela é como uma faca dentro de mim. As cenas imaginárias do acidente. 

O grito de susto (que provavelmente nem chegou a ser emitido),  a ausência de cores e de sons... O silêncio...

A ambulância que se aproxima à 1000km/h. 
O momento do resgate. 
A corrida que já estava perdida antes mesmo de começar. 

Batidas frenéticas de um coração tão grande e tão cheio de amor. 

O interromper das batidas/ 

PAUSA!

O grito de dor e perplexidade.

A liberdade absoluta de quem partiu. 

A dor, a tristeza e a saudade de quem ficou. Um até logo travestido de adeus.  As lágrimas. As lembranças. A música que voltou. 

E na mesa do escritório as pendências que reclamam urgências que já nem são tão urgentes assim...


2 comentários:

Renata disse...

Ai, querida... :~
Não há o que dizer.
Estou aqui.
Renata

Erica Neves disse...

Eu sei que vc tá aqui. E isso me deixa muito feliz.
;***