Hoje, li o status da Giovanna no facebook e me identifiquei muito com o que ela disse: “tô chegando à convicção de que por mais que eu seja 'elétrica' / 'dinâmica' (dentre outras "tags") eu sou uma pessoa de alma lenta. gosto (e preciso - embora sofra com a falta de) de tempo com pessoas, de conversa sem pressa, de construção, de graça nos relacionamentos. por isto, muitas vezes, as metrópoles me cansam tanto!”
Essa semana foi pauleira pra mim. Muito trabalho, correria, despedida (sempre doída) do Fred, sentimentos de baixa auto-estima, melancolia, saudade, nostalgia, ansiedade e medo, muito medo.
E nesse fusuê todo, tive pouquíssimo tempo pra calar. O que ajudou a segurar as pontas foi uma conversa boa e profunda com o Fred durante uma caminhada no bosque. É sempre muito bom desabafar com ele (que me entende como nenhuma outra pessoa no mundo) e processar tantas coisas não-processadas na correria do dia-a-dia.
Mas o que preciso (e que me faz falta) é ouvir a voz do Bom Pastor. O problema é que fica muito fácil confundi-la em meio a essa barulheira toda. E não me refiro ao barulho das metrópoles (que está a cada dia mais insuportável pra mim). Mas ao barulho interno e à falta de quietude da minha alma.
Tenho sentido uma saudade imensa (e quase insuportável) da Noruega. Mas tentando identificar do que exatamente sinto tanta falta - como a de alguém que já partiu - concluí que é do momento de vida que eu vivi lá. O intercâmbio foi de longe a experiência mais enriquecedora e difícil da minha vida. Diariamente confrontada com meu etnocentrismo, sentimentos de baixa auto-estima e saudades de casa. Mas em meio a tudo isso, sempre tive muita paz e certeza de que estava lá porque o Bom Pastor tinha me levado. E naquele silêncio Nórdico (que pra mim era ainda maior, já que não tinha família, nem muitos amigos),era mais fácil ouvir a voz Dele. Eu me sentia como as crianças em Nárnia em uma terra cheia de aventuras mortais, mas consciente da proximidade de Aslam e do cuidado Dele.
Desde que voltei, em meio a tantas pessoas, compromissos, decisões e possibilidades, tenho me sentindo ansiosa demais. E ansiedade pra mim já virou sinônimo de pânico. Me faz tão mal a ponto de causar mal-estar físico.
Preciso me aquietar e ouvir.
Um comentário:
te entendo e sinto a mesma vontade de silêncio de vez em quando.
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