“Não andem ansiosos por
coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças,
apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o
entendimento, guardará os seus corações e as suas mentes em Cristo Jesus.
Li
em algum lugar que a ansiedade é a doença do século. Na hora
pensei: “Ufa, pelo menos não sou a única que vive com o coração apertadinho de
pura ansiedade”. No entanto, refletindo
melhor sobre o assunto essa semana cheguei à seguinte indagação: “Por que tenho
andado tão ansiosa?”.
Ansiedade
tem sido uma companheira fiel desde a infância. Às vésperas de uma viagem em
que teria de levantar cedo eu mal conseguia dormir à noite, e não era pela
empolgação, o que roubava meu sono era o receio de perder a hora. Quando tinha
de apresentar um trabalho escolar pela manhã as noites também eram longas e
agitadas.
Comigo
foi sempre assim, ansiedade = noites mal dormidas.
Desde
que engravidei percebi uma queda considerável na qualidade do meu sono. E não é
só porque a barriga pesa e fica difícil encontrar posição para dormir. As
noites mal dormidas se fizeram bem presentes já no comecinho da gravidez. E a
razão disso pra mim é clara como cristal: pura ansiedade.
Alguém
poderia até argumentar que esse sentimento é normal diante da mudança de vida
que a chegada de um filho traz. E eu responderia: “Normal é, mas adianta?”.
Ao
pregar sobre nossa tola ansiedade, pastor Augustus Nicodemos falou algo que me
deu muito o que pensar: “Na maioria das vezes, nos deixamos tomar por ansiedade
acerca de questões sobre as quais não temos nenhum controle. Você vai dormir
preocupado com algo, mas nem sabe se acordará na manhã seguinte”.
O
antídoto contra a ansiedade seria entregar tudo diante do Pai com súplicas e
ações de graças, como recomenda Paulo na carta aos filipenses. Simples, né?
Só
que não.
Essa
entrega pressupõe um momento diário de comunhão, oração e contemplação. Não foi
em vão que Jesus instruiu seus ouvintes a contemplarem os pássaros e os lírios
dos campos para que não ficassem ansiosos sobre “o que comer ou vestir”.
Esta
contemplação da Criação é extremamente didática. Ao olharmos a natureza,
lembramo-nos do Criador. E mesmo em meio ao caos ambiental percebemos que as
plantas continuam florindo e que os pássaros continuam voando. Quem é que os
sustenta diariamente?
Em
meio à uma enorme crise de estresse e ansiedade essa semana, decidi colocar o
conselho de Jesus em prática e me sentei na varanda para observar o pôr-do-sol.
Que fantástico! Se ao olhar pra baixo via as ruas poluídas de uma cidade mal
gerida e árida, ao olhar pra cima via a perfeição de um céu que nunca é igual. Fiquei
atônita com as múltiplas cores de um sol que nasce e se põe todos os dias, sem
que qualquer um de nós possa fazer absolutamente nada à respeito.
Ser
cristão implica, entre outras coisas, em acreditar que existe um Criador
sustentando o universo. E mais do que isso, Alguém que se importa com as
menores demandas de cada uma de suas criaturas. Alguém que deseja se relacionar
de perto conosco e nos encher com a “plenitude da sua graça”. Muitos de nós temos nos contentado com tão
pouco. Deixamos de buscar essa plenitude e vivemos com pequenas gotas de Graça
que Ele, do alto de sua Misericórdia e Amor, nunca deixa de nos oferecer.
Eu
quero mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário